quinta-feira, 31 de maio de 2007

Você saber quem sou eu, eu sei quem é você

Sempre que navego por blogs, listas, fóruns, etc, mesmo que eu goste bastante do que li e volte sempre, raramente deixo algum comentário, assim imagino que várias pessoas lêem este blog também não mostram a cara explicitamente. Assim, como saber se realmente alguém está lendo o que você escreve?
Comecei a usar o Google Analytics. Mais uma ferramenta de graça do Google. É realmente fantástico o que ele pode informar para você. Com ele, sei quantas pessoas acessam meu blog, daonde acessam, e como chegam até ele.
Descobri que alguém de Lisboa acessou meu blog. Não conheço ninguém por lá. E também que mais de 70% das pessoas que acessam o blog, voltam para ler de novo.
Também descobri que o post mais acessado foi um cujo título era "Quarta é Zeca-Feira", porque várias pessoas estavam navegando pelo Google, procurando algo para fazer na quarta-feira, e acabaram caindo no meu blog. Vejam como é importante colocar algumas palavras-chave, pra chamar a atenção.
A última descoberta importante foram alguns acessos a partir de um site chamado papodehomem.com.br. Entrei no site, mas não consegui descobrir ainda como ele direcionou pessoas para este blog. O Google Analytics ajuda, mas não é tão poderoso quanto o bom e velho comentário. Caso alguém se sinta confortável, pode deixá-lo e saciar minha curiosidade.
A Internet, com seus roteadores, provedores, sub-redes e IPs dinâmicos nos dá uma falsa sensação de anonimato, de que ninguém sabe quem você é. Uma hora você desconecta da Internet, mas seus caminhos, suas escolhas continuam vagando por aqui.

terça-feira, 29 de maio de 2007

O preço da liberdade

O blog sempre foi identificado como uma forma de expressão sem fronteiras, sem limites. A sensação de liberdade é uma constante. Só que falsa.
Uma reportagem da BBC indica que funcionários podem ser demitidos por má conduta, caso falem mal de sua empresa, colegas, ou divulguem informações confidenciais em blogs.
39% dos blogueiros postam comentários maldosos de seu trabalho, alimentados pela informalidade e falsa sensação de segurança de um blog. Isso criou uma dúvida quando eu criei este blog, se deveria me manter anônimo ou expor meu nome. Cheguei a um meio termo, onde meu nome não aparece, mas também qualquer um um pouco esforçado consegue descobrir quem sou.
Este é o preço da verdade. O que é um comentário maldoso? Explicitar o que se sente é maldade? Até onde se pode falar, sem que seu chefe sinta-se mal, ou com medo?
Estes fatos não intimidam meus objetivos. Quero ser o mais claro possível sobre a vida de um consultor. Não vou falar inverdades de ninguém, muito menos expor nomes. E espero que este trabalho seja reconhecido como um desabafo, uma válvula de escape, e não como um muro de lamentações ou recrutamento de amotinadores.
E espero que ninguém tenha se zangado, por eu ter falado mal do novo cafezinho.

domingo, 27 de maio de 2007

Corte ir(racional) de custos

Numa empresa de consultoria, onde o produto é o intelecto de seu pessoal, o corte de custos nunca envolve a demissão de pessoas, porque isso incorreria também em corte de produção. Sendo este o corte mais fácil, onde então você pode diminuir os custos?
Qualquer outro corte vai gerar insatisfação da massa produtiva. E um dos mais cotados é um dos piores: o corte no cafezinho.
O café é algo como o combustível de um consultor. É tão importante que deveria ter uma lei na CLT regulamentando a necessidade do café na vida do trabalhador, bem como garantindo premissas básicas de quantidade e qualidade.
Como entender uma empresa onde seus consultores trabalham cada vez mais, sofrem cada vez mais pressão por mais produção, mais horas bilhetadas, e ainda assim ela necessita cortar custos para não ficar no vermelho? É o mais alto nível de falta de reconhecimento. Você trabalhar cada vez mais e, ao invés de ganhar pelo menos um parabéns, trocam seu cafezinho por um líquido sofrível.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Pobre menino rico

Uma pesquisa britânica recente mostrou que pessoas que ganhavam cerca de 30 mil libras por mês , e trabalhavam tempo suficiente para honrar este pomposo salário, possuíam o mesmo nível de felicidade que pessoas que ganhavam dez vezes menos (3 mil libras por mês), porém gastavam mais tempo com amigos e se divertindo.
Continuando o post anterior, esta pesquisa mostrou que o estresse do trabalho extenso, por mais rentável que seja, não é sadio. É um custo de oportunidade difícil de se medir.
O mais difícil é equilibrar este custo no Brasil, onde um consultor tem a carga de trabalho da pessoa de 30 mil libras, mas ganha menos do que as 3 mil libras. Como se calcula o nível de felicidade de um indivíduo assim?

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Até que ponto?

O produto que uma empresa de consultoria vende são horas. Horas de trabalho de seus colaboradores (não mais funcionários, agora todos são colaboradores). E, como toda boa indústria que quer aumentar sua produção, ou se aumentam as máquinas (os consultores) ou se aumenta a produção (número de horas vendidas).
Uma expressão que aterroriza os consultores é: horas extras. Aumentar sua produção. Trabalhar mais do que o acordado, mais do que o determinado por lei. É certo que ganha-se mais por isso, mas até que ponto o retorno material compensa as perdas na vida?
Horas extras são alguns reais a mais. Mas são algumas horas a menos. São menos chances de fazer um exercício, de passear, de se encontrar com os amigos, de estudar, de terminar a faculdade. De que adianta ganhar dinheiro, se não podemos gastá-lo? Depois de todo este estresse a mais, esta economia ou vai para o hospital, ou para o analista.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Consultores x Vendas

Vida de consultor é atribulada: cada dia num cliente, em um lugar diferente, e nunca é suficiente, sempre existe algo a mais para fazer. O pessoal de vendas podia ajudar, mas parece que sua existência é um carma em nossa vida.
O sonho de um consultor é planejar seu itinerário com semanas de antecedência, e conseguir cumprir tal agenda. Mas as tentativas sempre são boicotadas por vendas.
E não é que um consultor estava com viagem marcada para o dia seguinte, passagem comprada (para as 5 da manhã), carro agendado, cliente aguardando, tudo pronto e, às 20 horas (exatamente nove horas antes do avião decolar), alguém de vendas liga e avisa que as licenças não estão liberadas, que o pedido foi feito hoje, e elas estarão à disposição daqui a três dias, sendo que esta visita foi planejada há dois meses atrás, e neste período nada foi feito para liberar as licenças?
Como pode ser feito um planejamento confiável e respeitável? O que um consultor pode desejar num momento deste, além de uma boa dose de whisky?

domingo, 20 de maio de 2007

Amigos ou colegas de trabalho?

Sempre que você entra para uma nova empresa, ainda mais em uma fora de sua cidade, para onde acaba de mudando, você conhece novas pessoas, através de um interesse comum (o trabalho). Ao longo do tempo, descobrem-se mais interesses em comum, além do trabalho, e amizades surgem do coleguismo, mas a resma do trabalho sempre permanece. Quem nunca saiu para tomar um chopp com os amigos do trabalho, e ficou o tempo todo falando sobre o mesmo, ou sobre as pessoas do mesmo?
Durante a semana, fora do escritório, liguei para um colega/amigo do trabalho, para falar sobre trabalho, quando descobri que o mesmo estava em casa, de cama, doente. Conversei o mínimo possível sobre o essencial (procuro respeitar quem está fora do trabalho, doente, ou em férias, sem alongar muito a prosa), e desejei melhoras. Neste sábado, lembrei-me do fato, e decidi ligar para saber como estava. Após me informar sobre sua saúde, comecei a me despedir, e aí eu ouvi uma resposta surpreendente:
-Ué, você me ligou apenas para saber como eu estava? Não vai perguntar nada sobre trabalho?
Como ligações de trabalho no fim de semana infelizmente são comuns, o ato soou estranho. Sim, liguei só porque queria notícias, de pessoas que lido diariamente, de pessoas que, mesmo que tenha conhecido através do trabalho, são as pessoas que busco companhia e ajuda quando estou sozinho em São Paulo. Será que os consultores não podem ter sentimentos?

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Só o instrutor ensina?

Quinta, além da conhecer a cidade, é dia do jantar com os clientes. Depois de uma semana, você os leva para jantar, num lugar bacana, para comemorar o final do treinamento.
Nesta hora, depois de falar a semana inteira, você tem a chance de ouvir um pouco o cliente. Ele sempre começa falando da companhia, o que deu certo, o que ele tem medo que dê errado com o projeto onde você é o consultor, até que um momento ele cansa de falar de trabalho, e começa a falar de sua vida pessoal, e aí que você, educado em cidade grande, ouve as experiências mais interessantes, o que você vai levar desta semana.
Como por exemplo o cliente que passou as férias numa cidade vizinha de Cacaulândia, em Rondônia, e que adorou o porco na brasa que comeu por lá.
Se você acha que só porque passa a vida viajando já conheceu de tudo, aparece alguém que mostra um lugar que você nunca ouviu falar. E quem disse que é só o aluno que aprende?

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Quarta é Zeca-Feira

A dinâmica da noite de um consultor viajando a trabalho é bem interessante, e quase sempre se repete.
Segunda é um dia calmo. Viajamos de manhã, normalmente pegamos o avião bem cedo, quando não atrasa, e por vezes ainda temos que pegar uma viagem de carro. À noite estamos cansados, jantamos no hotel e dormimos cedo.
Terça é o dia. Depois de descansar na segunda, terça é o dia em que estamos dispostos, e saímos com tudo pela cidade, pronto para conhecê-la e para procurar diversão até o dia raiar. Mas é só chegar na pracinha da cidade e se tocar que estamos numa terça e, se você não estiver em São Paulo ou no Rio, ninguém vai estar na rua na terça. Voltamos para o hotel frustrados e sem vontade de sair de novo (nem aqui em BH a situação é diferente, ontem tava tudo vazio).
Quarta é morno. Sabemos que não adianta sair, então aproveitamos melhor o hotel: sauna, piscina, até tentativas de malhação acontecem neste dia. E sempre tem futebol na TV. É o dia em que nos preparamos, porque
Quinta é que é o dia. É o dia mais próximo do fim de semana que vamos conseguir sair. É o dia que vai determinar se a cidade é boa ou não, se vale a pena recomendá-la ou não. Todas as suas fichas são apostadas na quinta. É o dia derradeiro, é agora ou nunca.
Sexta voltamos para casa (voltar? Nem sei quando vou pisar em casa de novo....)

terça-feira, 15 de maio de 2007

O seu telefone irá tocar!!!!

Desde que virei supervisor, meu prêmio foi praticamente uma destas promoções de dia das mães: ganhei vários minutos de celular. Era só eu sair o cliente, num sagrado horário entre as 17 e as 18 horas, para começarem a me ligar incessantemente.
Só que hoje tudo está diferente. Ninguém me liga, ninguém deixa recado. Primeiramente foi um alívo, depois comecei a achar estranho, e agora estou meio desesperado. Será que me celular não está pegando? Será que passaram a me deixar de fora das decisões?
A partir do dia que entrei para a consultoria, virei um frenético. Não fico mais do que cinco minutos sem olhar para meu celular, e toda vez que ele toca (mesmo sendo fim de semana) eu fico arrepiado, tentanto imaginar quem pode ser, pedindo para eu voltar para São Paulo imediatamente para trabalhar. Será que existe algum Celulares Anônimos, ou será que um dia eu vou voltar ao normal, quando passar em algum concurso público?
(com relação ao post anterior: ontem fui ao shopping, não achei o presente. Hoje vou tentar outro shopping....)

segunda-feira, 14 de maio de 2007

As lojas de aeroporto salvam vidas!

Esta semana estou em BH, dando treinamento, algo um pouco mais leve, numa cidade bem melhor do que as últimas. Isso significa um bom hotel, e opções para comer, tomar um chopp, e compra presentes!
Esta semana é aniversário da minha namorada, e não posso chegar sexta-feira de mãos vazias. Nas últimas duas vezes que tive que comprar presentes, as lojas do aeroporto de Congonhas é que salvaram meu pescoço. Apesar de pagar mais caro (imagino eu, nunca fiquei comparando preço pra saber se realmente era mais caro), sempre tem algo diferente, que pode agradar. Principalmente uma lembrancinha, em datas simbólicas como Páscoa. Mas para um aniversário de namorada o aeroporto não ia ser suficiente. Ainda bem que estou perto de um shopping, e tenho mais opções. O que significa que vou perder tempo, já que ela vai acabar trocando mesmo.

domingo, 13 de maio de 2007

Aprendendo a fazer um blog

A postagem anterior eu escrevi direto no Blog. Agora esta estou mandando por e-mail. É impressionante como é fácil de criar um texto, e colocar no blog. Quando eu ganhar meu blackberry (que a minha empresa me prometeu), vou poder postar textos ao vivo, on-line, de qualquer lugar.
É isso que se espera de um consultor, certo? Aprender novas ferramentas em um dia, e no dia seguinte você já é um especialista, dando consultoria e treinamentos, estudando à noite para ensinar de dia.
É uma satisfação grande quando dá certo, e você se sente capaz de fazer isto com qualquer assunto. Mas isto vira uma dependência, porque este conhecimento é quase descartável. Você passa a ter uma idéia de muitas coisas, mas não é especialista em nada. A frase atual aqui do lado (dita por um amigo meu) reflete bem isso:
"Saber um pouco sobre um monte de coisa aparentemente não é tão interessante quanto saber um monte sobre algo específico. Saber muito, neste caso, é quase o mesmo que não saber coisa alguma."
Quando é que vamos ter tempo para estudarmos e realmente virarmos especialista em alguma coisa?

Primeira frase do primeiro blog

Sempre tive vontade de escrever algo, motivar discussões, compartilhar idéias, onde minhas palavras possam ser como uma fagulha. Ainda mais nesta época da minha vida, tão intensa e conturbada.
Depois de muito pensar e enrolar, decidi entrar na onda, e criar um blog.
O nome do blog vem da minha atual aventura. Consultor vem do meu emprego, sou consultor de uma empresa de TI, trabalhando com sistemas de gerenciamento de informações. Eremita vem da consequência deste emprego: como temos clientes espalhados por todos os cantos do Brasil, e alguns fora do país, passo quase todo meu tempo viajando, sozinho, dormindo cada dia numa cama diferente.
Um eremita vive num lugar isolado, deserto. Como quase não conheço ninguém nos lugares onde vou, sempre me sinto isolado, sozinho. Por isso a referência.
Pretendo neste blog falar sobre esta experiência, descrever os lugares onde estou, as descobertas que faço viajando e morando sozinho, as dificuldades, os sentimentos, e espero que mais pessoas nesta situação apareçam e também descrevam passagens de suas vidas.
Bom, é isso. Espero que este seja o primeiro texto de muitos, e que eu consiga alcançar meu objetivo, e que vocês gostem do que estão lendo.