A Bahia me mostrou o que há de bom na vida
Essa história começa em Macaé e termina em Arraial d'Ajuda.
O último projeto em que trabalhei foi em Macaé (a empresa, você adivinha qual seja?). Toda segunda-feira às 09 horas da manhã, estava eu no ônibus para lá. Era nesse momento que minha barriga começava a doer. A sensação durante a viagem era horrível. E ela persistia durante todo o dia. À noite, ao chegar no hotel, tomar um banho, e me sentir melhor, não conseguia aproveitar um passeio pela orla e jantar em um de seus restaurantes: minhas refeições eram à base de Activia e produtos derivados de coisas integrais. Mas isso não evitava que acordasse durante a madrugada.
Fiquei preocupado. Passei semanas neste projeto, passando mal toda segunda-feira. Minha namorada, no auge de sua residência em proctologia, divagava sobre possibilidades, exames mirabolantes e doenças com nomes impronunciáveis. Mas eu sabia a origem do mal, e como repará-lo.
Ao fim do projeto, saí de férias. Destino: Arraial d'Ajuda, pousada de um primo meu. 10 dias de cerveja e camarão na beira da praia, olhando despreocupado para o horizonte. Ócio total. Uma alimentação baseada em álcool, pimenta e frituras. Mas, mesmo assim, não é que parei de passar mal de uma vez?
Foi neste momento que desisti dessa vida. Uma vida de viagens e importantes projetos é glamourosa, mas convenhamos: ficar em Macaé não tem nada de bom.
Se não podia viajar para boas cidades, e mesmo se viajasse, se não tivesse tempo para aproveitá-las, de nada valia. Preferi uma vida mais pacata, mais calma. Se fosse para ganhar algum dinheiro (não muito), que fosse de um jeito que pudesse gastá-lo. Nestes momentos, eu sempre lembro do Testamento de Toquinho e Vinicius. A vida é mais do que isso.