sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Queen & YouTube

Sempre viajei sozinho a trabalho. Por isto, muitas vezes tive que sair, jantar, passear sozinho também. Mas ontem fiz algo que nunca tinha feito, muito menos na cidade onde eu moro: ir a um show sozinho.
Fui ao show do Queen + Paul Rodgers. Todos que chamei para me acompanharem ao show reclamaram do preço, de que sem o Freddie Mercury não valeria e pena, dentre outras desculpas. Em outros tempos, eu até desistiria. Mas, desde que eu prometi a mim mesmo que não deixaria de fazer nada por mesquinharia ou por preguiça, resolvi ir sozinho mesmo.
Fui, gostei e não me arrependi nem um pouco. Nem de ter ido sozinho (como tive que chegar cedo, ficar na fila, e esperar o show começar, foi meio monótono ficar este tempo todo jogando Sudoku no celular, e ficar sem beber também, já que se eu precisasse ir ao banheiro, não tinha ninguém para segurar o bom lugar que arrumei), muito menos de ter pago tantos reais para o show do Queen sem o Freddie Mercury.
O tal do Paul Rodgers merece um bocado de consideração e respeito. Afinal, não é fácil substituir e ser comparado, aos cinquenta e vários anos, a Freddie Mercury no auge de sua carreira. Entrou e cantou do seu jeito, sem se prender aos trejeitos e frases características de seu antecessor. Por se encaixar melhor nas músicas mais pauleiras, deixou os clássicos onde a voz se destaca mais para os originais Brian May e Roger Taylor. E deixou Love of My Life para o público cantar, e Bohemian Rapsody para o próprio Freddie cantar do telão.
Mas o que mais chama a atenção em ir a eventos como este é a quantidade de pessoas que, com o advento dos celulares com câmera e do YouTube, se preocupa mais em filmar o show do que em vê-lo e curti-lo. Eu desisti desta idéia depois do primeiro show que levei a minha câmera, e fiquei mais preocupado em filmar, e nunca vi nenhum destes filmes ou fotos que tirei.
Afinal, para que as pessoas filmam o show, e de uma maneira precária e de baixa qualidade? Para ver depois? Se você não prestou atenção na hora em que o show está acontecendo, por que prestaria depois, com imagens e som bem ruins? Para mostrar para os amigos? Isto seria alguma forma de prepotência? "Eu fui, você não?"
Apesar de não entender bem isso, agradeço a estas pessoas altruístas, que me permitiram assistir ao show, e ainda ter acesso a todos estes vídeos através do YouTube, sem me preocupar com nada.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

MSN x Maconha

Outra notícia que me impressionou nos últimos dias foi um estudo alertando que o MSN provoca um rebaixamento (sic) do QI duas vezes maior que o rebaixamento (sic novamente) provocado pelo consumo de maconha.
Já tinha lido (e até concordado) com notícias acerca da dificuldade que o uso constante de MSN e outras formas dinâmicas de comunicação criavam no raciocínio verbal de seus usuários mais assíduos. A escrita via teclado e as formas abreviadas são verdadeiros inimigos da escrita convencional. Senti isso na pele ano passado, ao participar de um curso de redação, e ter que escrever à mão meus textos, 5 a 6 folhas por aula, volume maior do que minhas aulas no segundo grau (há mais de 10 anos atrás - como o tempo passa rápido!). Mas, após retomar este hábito de escrever à mão e pensar melhor no que transmitir ao papel (e, melhor ainda, ter que rasurar meus erros, ao invés de clicar no backspace), as idéias realmente fluem melhor, e me faço comunicar com mais correção e clareza.
Mas daí a dizer que passar a noite no MSN, falando com 10 pessoas ao mesmo tempo, sobre 10 assuntos diferentes, até às 03 horas da manhã, causa mais danos do que passar a noite fumando maconha, é exagero, um tanto cômico, diria eu. Tanto que esta matéria foi veiculada num daqueles programas vespertinos femininos (e, é claro, era o maridão quem passava este tempo todo no MSN, ao invés de ficar com a patroa), e corretamente menosprezaada no Top Five do CQC, semana passada.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O tempo passa. Até na vida virtual

Li uma notícia, há umas duas semanas, que me chocou um pouco, me fez sentir um pouco mais velho. A nova geração (eu sempre me achei parte da nova geração, já que cresci junto com a Internet, e sempre interagi com esta, mas parece que existem algumas mais novas) utiliza como meios de comunicação os microblogs, sms, twitter, orkut e outras formas bem rápidas, curtas e dinâmicas. Isto significa que o blog e o e-mail são considerados meios de comunicação ultrapassados. Ou seja, caro leitor (se é que você existe), que neste momento lê este texto, num blog, já faz parte de uma geração mais antiga.
Acho isso um exagero. Não vejo o blog como algo antigo, e ainda acho que o criador do e-mail merecia um prêmio Nobel, ou pelo menos uma estátua em praça pública em cada cidade com mais de um habitante conectado à Internet (eu adoro e-mails! Me fazem evitar algo que eu detesto fazer: falar ao telefone!). Mas também não sou mais nenhum jovem para ditar tendências, ou ter o tempo livre que qualquer jovem tem (e que eu também tinha) para ficar de papo num mIrc da vida, e descobrir o que eles estão fazendo.....
O tempo passa. Até na Internet.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Fórum, Poesias, Eterno Amor, e outras tags de Literatura

Esta minha preocupação com o que e como escrever me fez participar do Fórum das Letras de Ouro Preto. Não, não resolvi ainda ser um escritor profissional, nem estudar para isso, muito menos pedir demissão do meu atual emprego para viajar e tomar parte em discussões literárias de alto nível. Apenas aproveitei minha estada profissional em Ouro Branco, que pelo nome é intuitivo imaginar que seja perto de Ouro Preto. Pois realmente é, apenas uns quarenta minutos de carro.
Resolvi aparecer, certo de que seria um evento bem mais movimentado do que as usuais noites em Ouro Branco. Mas não foi. Só tive tempo (e paciência) de assistir ao final de uma mesa com Nelson Motta e Lobão, acerca de movimento musical e espaço para novas bandas (mas o Fórum de Letars? Será que, por Letras, eles contam Letras de músicas?), e o início da mesa seguinte, sobre memória e ressentimentos, onde um professor de hebraico e três ilustres escritores judaicos desconhecidos citavam e recitavam obras e poemas judaicos, assunto do qual não conheço (nem fiz muita questão de passar a conhecer).
Feito isto, minha participação no Fórum seria finalizada num bar, com show e microfone aberto para poesias. Ao chegar no local, uma música bem alternativa, com decoração e pessoas do mesmo porte. Destaque para um poeta que se apresentou como "Joker Índio, o poeta de todas as ruas" e veio à minha mesa vender seu trabalho. Eu, como um bom incentivador da cultura nacional, resolvi comprar seu livreto de poesias, mas não tive coragem suficiente para comprar o CD, onde ele recita as poesias, muito menos o DVD, onde ele executa uma performance (??!?) das mesmas! Deixei para a próxima vez...
Li o livrinho, bem interessante, mas continuei sem paciência, por isso apenas jantei e fui embora, sem participar do sarau de poesias. Fui embora com a impressão que, apesar de gostar de escrever e me dedicar para manter este blog, nao tenho perfil para ser alguém do mundo das Letras (como meus distintos colegas de Fórum).
Para terminar, parte do poema "Eterno Amor", de Joker Índio:
"...Que o nosso amor se eternize na minha barriga grande de cerveja e no aparecimento dos teus pés de galinha!?"

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A capcidade de escrever

Desde que decidi voltar a escrever no blog, tenho tido uma dificuldade imensa de escrever, de encontrar assuntos interessantes o suficiente para serem expostos. Como eu escrevo bastante sobre problemas (e isso definitivamente É um problema), por que não sobre isto escrever?
Quando resolvi fazer o blog, eu criei uma rotina de escrever, e de sempre registrar idéias que porventura surgissem, estivesse eu em qualquer lugar. Este hábito fez com que idéias e textos surgissem com bastante naturalidade e até com uma certa frequência, o que facilitou demais o meu trabalho. Será que a habilidade de escrever é um dom natural, ou é algo que pode ser adquirido, com exercício, estudo e prática?
De qualquer maneira, depois deste tempo todo sem preencher o blog, perdi o hábito, e está difícil retomar. Outro fato que me passa pela cabeça é que, antigamente, eu trabalhava numa empresa onde coisas desagradáveis aconteciam usualmente. Hoje em dia, em minha nova empresa, as coisas fluem melhor, e não me irrito com faltas de educação ou de sensibilidade, tão comuns outrora. Assim, não tenho mais do que reclamar, logo não tenho mais do que escrever? Preciso aprender rapidamente a falar sobre coisas boas... Ou será que só as desgraças é que nos trazem ibope?
 
PS: Só de escrever este post, já tive idéias para outros dois. Realmente parece que colocar a mão na massa inspira a criatividade. Só espero que sejam posts melhores do que este.... Vou até anotar as idéias.....
 

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O caminho do meio

O preceito primordial do budismo diz que o melhor caminho é o do meio. Sem excessos, sem omissões, nem tanto nem tão pouco.
Pois o ritmo da minha vida nas últimas semanas tem açoitado este preceito, deve ser por isso que estou longe de parecer um monge budista, mais longe ainda do Nirvana.
Vou usar como exemplo da última sexta-feira. Como meu projeto depende da ajuda e da boa vontade de pessoas alheias (sim, estas pessoas serão as mais beneficiadas quando o projeto acabar, mas elas não sabem, ou não acreditam, nisso ainda....), pessoas estas com várias tarefas, reuniões o dia inteiro, problemas a resolver com a crise, etc, não consigo preencher todo meu tempo útil com trabalho, por isso passo grandes períodos na velocidade "à toa".
Em contra-partida, por eu estar viajando, as tarefas da minha vida pessoal se acumulam para serem executadas da noite de sexta-feira até domingo. Já dá para imaginar como o fim de semana é corrido e o tempo escasso.
Depois desta explanação, chego finalmente ao exemplo da sexta. Pela manhã, trabalhei, ou pelo menos estava à disposição do projeto. Não fiz muito porque não tinha nenhuma reunião agendada, adiantei algumas coisas (nada de mais), mas não podia ir embora, porque para os clientes minha presença é importante, mesmo que não esteja fazendo nada de útil. Fiquei neste ritmo até meio-dia, quando dei início à minha maratona (ou seria aos meus 100 metros rasos, que nunca acabavam?).
Gastei 45 minutos para sair da Usina, entre esperar um carro que não veio, pegar uma Kombi que dá a volta por este mundo todo, e andar até meu carro alugado. Daí, eu tinha as exatas duas horas de viagem até o aeroporto, que seriam suficientes, em condições normais, para lá chegar, fazer meu check-in, pegar meu avião e ir direto de Congonhas para a concessionária, onde buscaria meu carro novo, que tinha acabado de comprar (aqui que entra a minha vida pessoal).
Eis que, decorrida uma hora de viagem, começa a desabar o maior temporal que já vi em toda a minha vida. Dirigir um Palio 1.0 numa estrada subindo, meio esburacada, cheio de caminhões levando e trazendo terra, minério, aço, e outros produtos que deixam vestígios pelo caminho, debaixo de uma chuva torrencial, onde 10 metros eram o limite de visibilidade, poderiam ter assustado algum prudente motorista. Mas minha obsessão pelo horário era tão grande, que aumentei minha adrenalina, pisei fundo e continuei, afinal precisava chegar, senão todo meu planejamento do fim de semana iria por água abaixo, literalmente.
Resultado: após algumas derrapadas pelo caminho (parecida com as de Lewis Hamilton, enquanto ele estava perdendo o Mundial de F1 no domingo), cheguei a tempo no aeroporto. A tempo de constatar que meu vôo estava atrasado.
Depois de algumas horas de estresse, voltei ao meu marasmo, mas não sem deixar o nervosismo de lado. Para resumir a história, cheguei uma hora e meia atrasado em Congonhas, o aeroporto estava insuportável, cheguei na concessionária meia hora depois de ela ter fechado, mas o vendedor, em toda sua boa vontade, me esperou, e consegui pegar meu carro.
A vida está assim: revezamentos entre marasmos e adrenalinas. Isso não faz bem. Com certeza um caminho numa velocidade constante seria mais saudável (nem tão emocionante, mas quem disse que emoções o tempo todo fazem bem?). Buda tinha razão.
 
PS: Pela extensão do texto, acho que dá para perceber que o marasmo voltou e ficou......

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O tempo e a cidade

Há uma grande contradição onde você passa seu tempo, meu breve leitor. O ideal em nossas vidas seria termos mais tempo livre em lugares onde existissem mais opções de lazer e de cultura. Mas parece que não é bem assim. As variáveis tempo livre e coisas para fazer são inversamente proporcionais.
Tome meu exemplo. São Paulo, pode-se dizer, é uma cidade que não dorme, ou que dorme muito pouco. Restaurantes, bares, mostras de cinema, teatro, essas são algumas das variadas opções de atividades que temos acesso. Mas quando consigo passar minha semana de trabalho por lá, perco tempo no trânsito, em bancos, me locomovendo, em reuniões. O que sobra para saborear estes deleites metropolitanos é escasso, e o cansaço me faz abrir mão dessas oportunidades.
Se ainda persistes na leitura, veja minha situação atual, numa pacata cidade interiorana, onde tenho a felicidade de sair cedo de meu posto de trabalho e chegar ao hotel antes das 18h00. Mesmo que vá dormir cedo, tenho pelo menos cinco horas de tempo para atividades diversas! Mas onde estão elas, neste, perdoam-me o sacrilégio, "fim-de-mundo" (ou apenas seu começo)?
Vivo neste dilema. Uma semana de quebra de rotina em uma cidade destas, é até confortável, pois me dá tempo de me organizar, dar minhas corridas, descansar, e até voltar a escrever neste blog. Mas, a partir da segunda semana, o tédio começa a aumentar. O que dirá então de um projeto sem data para acabar?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Consultor, de novo e sempre. Eremita? Por enquanto, sim......

Voltei. Voltei a escrever. Voltei a ser consultor. O primeiro por causa do segundo.
Depois de idas e vindas, tentativas e fracasssos, descobri (ou constatei) que eu gostava do meu trabalho, do que fazia, só não gostava da empresa onde eu estava, de como as pessoas me tratavam, e do fato de a expressão "vida pessoal" não existir em seu dicionário. Será que, se eu encontrasse um lugar mais agradável para fazer a mesma coisa, não seria mais feliz?
Pois foi o que fiz, afinal, era impossível que todas as empresas fossem "daquele" jeito. Encontrei um ambiente mais leve, onde as pessoas são tratadas como tais, e onde depois do expediente (que tem hora para acabar) cada um vai cuidar de sua vida pessoal.
Depois de um tempo de maturação, resolvi voltar a escrever. Assumi de vez a condição de consultor, mas hoje estou bem resolvido com relação a isto. Por vezes sou eremita, por vezes não, mas a tendência é que fique cada vez menos tempo vagando sozinho Brasil afora.
Senti vontade de voltar a escrever. Não para ser lido, para ganhar dinheiro com um blog (como pensei outrora), mas apenas para registrar meus momentos, para praticar a escrita, o raciocínio, e o português. Fui motivado também pela minha chefa, que após uma conversa pelo Skype, me presenteou com o livro Para ler como um escritor, o que aguçou minha leitura crítica e minha disposição a colocar por escrito meus pensamentos.
Com isso, vou passar a escrever frequentemente de novo. Espero que esta disposição, e minha motivação como consultor, se mantenham por um bom tempo....

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ah... o Leblon!

Quando fui para São Paulo, eu disse: só voltaria ao Rio se fosse para o Leblon (quem conhece o Rio, sabe o porquê disso). Consegui um emprego na área financeira, de uma incorporadora imobiliária em franco crescimento. Resumindo: nada de viagens; possibilidade de voltar a estudar; morar na Zona Sul; fins de semana em casa; uma vida mais tranquila.
Em nenhum momento me preocupei com o que iria fazer por lá. Afinal, eu gostava de economia, e não poderia ser ruim trabalhar fazendo contas 08 horas por dia, 05 dias por semana. Além do mais, por ser uma empresa judia, sexta-feira às 17h00 o expediente TINHA que acabar.
Mas não foi nada disso. Empresa crescendo é sinônimo de mais trabalho; sem novas contratações e sem horas extras pagas. Aos fins de semana tínhamos lançamentos em stands. Por a empresa ser judia, não se trabalhava aos sábado, até às 17h00. Mas daí em diante, e o domingo inteiro, tinha que trabalhar. E, se não bastasse isso, a vaga era no Contas a Receber, ou seja, deveria fazer a coisa que eu mais detesto neste mundo: ficar o dia inteiro no telefone, cobrando as pessoas e ouvindo desaforos. Estava evidente que isso não ia dar certo, por mais que tivessem me avisado antes (e eu não quis prestar atenção).
Menos de três meses depois, mesmo antes de acabar o período de experiência, pedi demissão, mais uma vez.
E agora, o que fazer da vida? Eu não estava satisfeito com nada, nada dava certo... Para onde partir? E, mesmo que fosse para um novo lugar, será que daqui a alguns meses, tudo não daria errado de novo?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A Bahia me mostrou o que há de bom na vida

Essa história começa em Macaé e termina em Arraial d'Ajuda.
O último projeto em que trabalhei foi em Macaé (a empresa, você adivinha qual seja?). Toda segunda-feira às 09 horas da manhã, estava eu no ônibus para lá. Era nesse momento que minha barriga começava a doer. A sensação durante a viagem era horrível. E ela persistia durante todo o dia. À noite, ao chegar no hotel, tomar um banho, e me sentir melhor, não conseguia aproveitar um passeio pela orla e jantar em um de seus restaurantes: minhas refeições eram à base de Activia e produtos derivados de coisas integrais. Mas isso não evitava que acordasse durante a madrugada.
Fiquei preocupado. Passei semanas neste projeto, passando mal toda segunda-feira. Minha namorada, no auge de sua residência em proctologia, divagava sobre possibilidades, exames mirabolantes e doenças com nomes impronunciáveis. Mas eu sabia a origem do mal, e como repará-lo.
Ao fim do projeto, saí de férias. Destino: Arraial d'Ajuda, pousada de um primo meu. 10 dias de cerveja e camarão na beira da praia, olhando despreocupado para o horizonte. Ócio total. Uma alimentação baseada em álcool, pimenta e frituras. Mas, mesmo assim, não é que parei de passar mal de uma vez?
Foi neste momento que desisti dessa vida. Uma vida de viagens e importantes projetos é glamourosa, mas convenhamos: ficar em Macaé não tem nada de bom.
Se não podia viajar para boas cidades, e mesmo se viajasse, se não tivesse tempo para aproveitá-las, de nada valia. Preferi uma vida mais pacata, mais calma. Se fosse para ganhar algum dinheiro (não muito), que fosse de um jeito que pudesse gastá-lo. Nestes momentos, eu sempre lembro do Testamento de Toquinho e Vinicius. A vida é mais do que isso.

É tudo igual, mas fala diferente!

Há muito tempo não escrevo. Desde que saí de férias do meu emprego como consultor, e para lá não mais voltei. Afinal, se a temática básica do blog era sobre a vida de um consultor vagando por seus clientes, como poderia continuar escrevendo sem ser um consultor?
Nesse meio tempo, fiz algumas coisas; algumas valem um post exclusivo; outras, não valem nem ser comentadas.
Mas agora acredito que estou prestes a voltar a ser um consultor. Por isso me propus a voltar a escrever. Claro que a reportagem da Info sobre blogueiros ganhando dinheiro foi um incentivo a mais.
Histórias a serem contadas sempre existem. Histórias sobre abandonar a engenharia, ir para finanças, fazer testes vocacionais, prestar concursos públicos, ficar à toa em casa, e voltar. Voltar para a vida que eu tanto reclamava, mas que no fundo gostava. Fazer tudo igual, mas de um jeito diferente.