quarta-feira, 27 de junho de 2007

Você Jura Dizer a Verdade, Nada Mais que a Verdade?

Em uma viagem internacional, o sonho ou pesadelo é passar pela alfândega, no retorno do vôo. Claro que ninguém sonha em passar, mas em passar direto, sem necessidade de revista.
É possível acompanhar uma pessoa na fila "Nada a Declarar" e acompanhar sua "Cara de Poker". O cidadão tem um bom jogo na mão. Mas ele não gesticula. Olha apenas ao relógio, mas o esconde rápido (pagou mais que 500 dólares 2 dias atrás). Ele tenta esconder de todo mundo seu jogo. Chegou o momento, o adversário o encara. Ele entrega a aposta (seu formulário com nada a declarar). O adversário paga pra ver. Bom, agora você tem que explicar como tinha "5" ases na mala.
O interessante na fila do "Nada a Declarar" é que ela é infinitamente maior que a fila para declarar. Esta cena assemelha-se e muito àquela pessoa que vemos em telejornais, na saída de um Fórum (réu de algum caso) com seu "Não tenho nada a declarar". Ou um político suspeito, na saída de uma CPI. Claro que eles têm algo a declarar, e eles têm muito, o fato é que "Não quero declarar".
Quando penso nisso, gostaria de saber se eu também trago a mesma cara de culpado que estas pessoas nos aparentam.

terça-feira, 26 de junho de 2007

As idéias estão no ar

Comecei este blog porque de vez em quando surgiam idéias na minha mente, que achava que poderia compartilhar com as pessoas. Às vezes, as soltava numa roda de amigos, numa mesa de bar. Resolvi então juntar todas num lugar só, que eu pudesse desenvolvê-las e divulgá-las, para que mais pessoas pudessem ler, comentar e criticar.
Mas só tomei fôlego para criar o blog depois que consegui registrar algumas destas idéias, e ter uma reserva de idéias para que pudesse manter uma rotina de posts, mesmo em dias que nada brotasse de minha mente, ou que eu estivesse realmente muito ocupado com o trabalho (que foi o que aconteceu na semana passada, trabalhando todo dias até as 22h00 não tive como escrever no blog).
Com isso, estou começando a me disciplinar em registrar de alguma maneira qualquer idéia que surgisse, no lugar que fosse. A maioria eu escrevo no celular, e quando dá eu desenvolvo num post.
Depois de divulgar meu blog, descobri que vários amigos meus também têm estes lampejos de idéias, que também poderiam escrever um blog e divulgá-las, mas que não registram, e estas idéias vão embora da mesma maneira que vieram.
O mundo deve estar cheio de idéias voando por aí, idéias que surgem na mente de alguém durante a noite, no banho, ou nos lugares em que mais nos encontramos relaxados. Se não escrevemos, se não desenvolvemos estas idéias, elas fogem, e daqui a pouco vão aflorar a mente de outra pessoa. Aí, se você esqueceu da idéia cinco minutos depois que a teve, só vai lembrá-la quando aparecer no jornal, registrada pela mente de alguém em outro lugar do mundo.

domingo, 24 de junho de 2007

Crise aérea?? Que crise??

Quem leu o último post percebeu que estava por dentro do caos aéreo ocorrido na semana, e que estava preocupado com tal situação, porque toda semana preciso pegar avião para ir e para voltar, e era este o caso na sexta-feira.
Saí de Macaé tarde, tendo que chegar no Rio de Janeiro, para pegar o vôo para São Paulo às 21h25. Cheguei no Santos Dumont às 20h50, em cima da hora, já preparado para filas no check-in, atrasos de mais de uma hora, avião tendo que pousar em Guarulhos, ou até em dormir no Rio e viajar no sábado pela manhã.
E foi aí que o mundo conspirou a meu favor.
O check-in não tinha fila, o fiz imediatamente. Vi no telão, e confirmei com a moça que me atendeu, que o meu vôo estava no horário (ao contrário de TODOS os outros). Fui para a sala de embarque, nenhuma fila no raio-x. Achei que tinha tempo de procurar alguns amigos que sempre estão no aeroporto às sextas à noite, de ir ao banheiro e até de tomar um café, mas foi só entrar que meu embarque foi ANTECIPADO e abriu às 21h00. Na hora que entrei no avião, percebi que, mesmo sem pedir, a moça no check-in me deu uma janela, a poltrona 11A. Para quem não sabe, no Airbus da TAM, a fileira 11 é aquela da saída de emergência, onde a da frente não pode reclinar para trás, a sua reclina, e tem um baita espaço entre elas. O vôo decolou na hora exata, cheguei às 22h10 em Congonhas, minha mala foi a primeira a aparecer na esteira, não tinha fila no ponto de táxi, cheguei em casa às 22h45!
No meio de todo o caos, surgiu um oásis.....

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Aeroporto para quem precisa


Todo este caos no setor aéreo brasileiro teve um início, mas parece não ter um fim. É um pouco estarrecedor saber que a situação é crítica há algum tempo, e um acidente trágico foi a válvula de escape para a verdade vir à tona e começar a atingir em cheio a população, que paga caro e não tem a quem recorrer.
Para um consultor, esta crise é o pior dos mundos. As horas a bilhetar estão lá, prontas para serem trabalhadas, quer você se atrase ou não. Perdeu tempo no aeroporto, para pegar o avião, desconte as horas do seu período de descanso.
Para o consultor, a popularização da aviação e o barateamento das passagens não foi um bom negócio. Antigamente as passagens eram mais caras, mas como o valor pago nunca vinha de seu bolso (como dizemos, era sempre na PJ - pessoa jurídica), isso nunca foi um problema. Passagens mais caras, tínhamos menos vôos, menos gente voando, um conforto maior e um serviço impecável, com direito a refeições completas e até talheres de metal! Tínhamos a Varig...
Agora temos a Gol, e filas nos aeroportos, com uma falta de educação que nunca vi em rodoviária alguma. Temos mais vôos, mais gente voando, e a infra-estrutura do país não cresceu, como sempre. E agora estamos à deriva.
Mas, com tudo isso, só nos resta relaxar e gozar...

terça-feira, 19 de junho de 2007

Siga o fluxo

O consultor é sempre dependente do seu cliente. Não adianta planejamento, organização, você sempre acaba em suas mãos.
O início é no ritmo de trabalho. Não tente impor seu ritmo frenético, de quem sempre tenta fazer tudo ao mesmo tempo, porque normalmente o ritmo de seu cliente é algo mais humano, e em nenhum momento ele tentará lhe seguir. Se conseguisse, não teria a necessidade de contratá-lo.
O planejamento/cronograma segue a mesma linha. Ele o obriga a planejar suas atividades, controlar seu andamento de acordo com um rigoroso cronograma mas que, no final, não pode ser cumprido por atrasos dele próprio.
E isso faz com que você varie períodos de extrema morosidade, trabalhando ou lambendo a tela (aprendi esta no livro de gerenciamento de tempo que estou lendo) por menos de 8 horas diárias, com períodos intensos, como este que estou vivendo agora, de trabalho acumulado tendo que ser finalizado às vésperas da entrega final.
Se, semana passada, consegui sair um dia às duas da tarde, agora são sete horas da noite, e não tenho previsão de ir embora.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

O mundo nos EUA (ou os EUA no mundo)


Um site que eu gosto e visito muito é o RelNet. Ele é originalmente um site de política internacional, e tem uma compilação de fatos e notícias bem diversificado e interessante.

Como por exemplo, o link para um blog com mapas estranhos e inusitados: Strange Maps, que mostra o PIB de diversos países equivalentes aos de estados americanos.

Vários amigos já me disseram que o mapa está desatualizado, que hoje o PIB brasileiro seria equivalente ao do Texas mas, mesmo assim, todo o país é equivalente a um estado só, que possui uma população dramaticamente menor que a população brasileira como um todo.
Resolvi colocar aqui porque achei interessante, porque também adoro mapas, principalmente estes que fogem ao lugar comum. Mas também coloquei como um ponto de reflexão, para pensarmos na importância de nosso país, de nosso trabalho, e para onde poderíamos ir, mas não vamos.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Macaé, a capital dos consultores

Macaé é uma cidade bem interessante. Pequena, pouco privilegiada se comparada com suas vizinhas Rio das Ostras, Búzios e Cabo Frio, vê de repente uma enxurrada de royalties, trabalho e, com eles, os consultores.
A cidade continua pequena, mas surgem grandes hotéis, pousadas aconchegantes, e uma quantidade enorme de restaurantes não muito baratos, que sobrevivem graças à população itinerante, de segunda à sexta. Dizem que não existe vida em Macaé aos sábados e domingos (bom, neste longo tempo em que estive aqui, nunca fiquei num fim de semana para comprovar).
Quando você vai a um destes restaurantes, é impressionante a quantidade de pessoas sentadas sozinhas, jantando e tomando uma cerveja. Ninguém reclama do preço alto, já que ninguém ali vai efetivamente pagar a conta, e muitos já possuem até seus restaurantes e mesas cativos.
Fico imaginando como seria criar um grupo de consultores em viagem, que marcassem encontros por onde passassem. Já vi na Europa sites de pessoas que combinam viagens e caronas, para dividir os custos, participo de um grupo de cariocas isolados em São Paulo que se reúnem para ver jogos do Fluminense. Por que não um grupo de consultores, que combinando suas agendas, pudessem marcar um futebol, tomar um chopp, ou simplesmente jogar conversa fora?
Numa cidade no interior de Goiás, onde alguns colegas já estiveram, existe apenas um hotel, e todo mundo que vai trabalhar por uma ou algumas semanas na cidade ali se hospeda. E toda semana organizam um churrasco, celebrando o que eles têm em comum: estão sozinhos num lugar onde não conhecem ninguém. Poderíamos expandir isso por todo o Brasil. E poderíamos começar pela capital dos consultores.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Dias dos Namorados? Tô longe

Hoje é Dia dos Namorados.... Plena terça-feira.... Qual consultor que se preze irá comemorar esta data ao lado de sua amada??
Não vou entrar no mérito se este dia, tal qual o Dia das Mães, dos Pais, das Crianças, etc, é apenas uma data comercial, mas a questão é que é difícil para um consultor comemorar uma data festiva. Afinal, se passamos a semana inteira viajando, como poderemos comemorar estando longe? Perdemos o Dia dos Namorados, aniversários, e quem passa mais tempo fora do país perde feriados, e quem sabe até o Natal!!
Mas isso nos faz comemorar cada dia que passamos juntos com quem gostamos, seja lá uma data importante, ou apenas um sábado à noite. Não damos mais valor a datas, e sim a momentos. Mas nada nos impede de ter um presente guardado, para que na sexta à noite, quando voltamos (ou vamos) para algum lugar, seja entregue para alguém muito importante...
Sou a favor de que todos os "Dias" fossem aos domingos, e que todos os feriados caíssem na sexta, e fossem nacionais. Feriados municipais são outros dias não-festivos para consultores em trânsito.....

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Feriadão em alta tensão

Como você se sente ao emendar um feriado? Quando o feriado cai numa quinta-feira, e você por algum milagre consegue folgar na sexta, qual seu sentimento?
Consegui fazer isso semana passada. Passar o feriado em casa, colocar em dia suas atividades pessoais, seus compromissos. Concluindo, relaxar um pouco e abstrair do trabalho incessante.
Eu não consigo isso. Me sinto meio estranho. A mesma sensação de quando deixava de fazer o dever de casa na 2ª série. Ou quando matava aula no 2º grau. Me sentia fazendo algo errado, como burlando alguma lei, alguma norma, e que a qualquer minuto poderiam me pegar com a mão na massa. Mesmo em casa, com todos no trabalho avisados que não iria estar disponível, só de saber que eles estariam no escritório, me dava a impressão de que a qualquer momento iriam me ligar, iriam me repreender, como eu poderia ser tão irresponsável, ser tão infantil, tão egoísta, a ponto de não trabalhar, enquanto que meus colegas lá estavam se dedicando è empresa?
O que fazer? Desligar o celular? Mas isso poderia incitar a curiosidade, a vontade de ir atrás. Onde será que ele está? E desligar o celular sempre me faz pensar que é inútil, que mais cedo ou mais tarde irão me encontrar e ligar no telefone fixo mais próximo.
Como aproveitar este merecido momento de reflexão e descanso, se esta paranóia nos persegue em todo lugar, a todo momento? Como parar de achar que está fazendo algo de errado, quando este dia livre foi acertado, foi combinado, e o combinado nunca sai caro?

quarta-feira, 6 de junho de 2007

O que? Eu me preocupar?

Estou lendo dois livros atualmente. O primeiro já comecei há tempos, e não acaba de jeito nenhum: Diplomacy, de Henry Kissinger. 900 páginas em inglês. Faz parte do meu projeto de longo prazo de fazer a prova para o Instituto Rio Branco. Não sei ainda se é realmente isso que vou fazer com a minha vida, mas enquanto penso, não custa nada ir estudando para adiantar a matéria. Além disso, é um ótimo livro de história, minha disciplina favorita nas horas livres.
Mas como é um livro grande, já começou a pesar nas minhas costas ficar viajando, e levando-o de um lado para outro. Por isso, decidi deixá-lo em casa e, quando eu passar por lá, continuo a leitura. E, enquanto viajo, decidi ler algo mais leve.
O outro livro fala exatamente da primeira frase deste post: fazer duas coisas ao mesmo tempo, de fazer tudo rápido, e nada direito, e como tentar tirar proveito disso, e ser uma pessoa feliz. O título é Sem Tempo Pra Nada, de um psicólogo americano especializado em DDA, o Distúrbio de Déficit de Atenção.
Ele fala que todos nós nesta vida atual, com pressa, estresse, preocupação e ansiedade temos sintomas de DDA, mesmo que não soframos da doença. E tenta ensinar exercícios e formas de encarar a vida, que nos tornariam mais eficientes e felizes (ainda não cheguei nesta parte).
Comecei a ler o livro esta semana. Um dia depois, falando com um amigo meu, diz ele estar preocupado, não se sentia bem, procurou saber mais sobre a DDA, se diagnosticou como provável paciente, e irá consultar um psicólogo. Eu, no meu papel de amigo e de consultor (veja a definição ao lado - especialista que emite parecer sobre algum assunto, mesmo que eu tenha acabado de aprendê-lo), disse que quase todos nós apresentamos os sintomas, mesmo sem sofrer do distúrbio.
Espero que este livro possa trazer algo de bom para esta vida tão atribulada. Esta correria traz efeitos colaterais demais, sejam eles psicológicos, emocionais, físicos ou espirituais. Já sabemos qual o preço que se paga. Só não descobrimos ainda pelo o que estamos pagando, o que custa tão caro assim, e ainda todo mundo quer comprar.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Pessoas complexas não têm idéias simples

Sempre que aparece alguém ganhando dinheiro a partir de uma idéia simples, o consultor declama: como não pensei nisto antes?
O consultor é, antes de tudo, uma pessoa inteligente, esforçada e criativa. Entra nesta vida por achar que pode fazer algo diferente, e ser reconhecido por isso. Neste mundo ele trabalha, se dedica, seu reconhecimento vem em forma de mais trabalho, mais responsabilidade, e eis que aparece alguém com uma idéia simples, desenvolve, vende, e ganha mais dinheiro e reconhecimento que um esforçado consultor. Isto é difícil de aceitar. Se ele é tão inteligente e criativo, por que não surge uma idéia destas em sua cabeça? Estou lendo um livro que diz que todo este stress nos faz perder o foco. Será que precisamos de um ano sabático, de uma excursão para o Nepal, de um piripaque para podermos usar nossa privilegiada mente em prol de algo realmente grandioso?

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Engenharia: ame-a ou deixe-a, e vice-versa

A vida em consultoria de sistemas é tão extenuante, que nos leva a pensar sempre o que estamos fazendo. A correria e o desgaste são tantos que nos surge a vontade de abandonar o que parece ser a causa deste tormento: a engenharia em si!
Por vezes pensei em fazer o concurso para o Instituto Rio Branco, para virar diplomata. Será que existem engenheiros, consultores que pensam como eu? Que chegaram ao ponto de achar que a vida só irá melhorar ao deixar para trás o estudo técnico, que estudamos e ajudamos a aprimorar desde que nos conhecemos como gente?
Acredito que todo engenheiro que começa a pensar em sua qualidade de vida, a filosofar sobre a razão de seus atos, desenvolve um lado mais humano, mais subjetivo. E como ele acha que nada é mais difícil do que engenharia, nada mais lógico do que tentar levar a vida em outra direção.
Um colega meu abandonou o emprego para cursar "Estudos Literários". Abandonou seis anos de estudo, três de emprego, para começar do zero, em algo totalmente diferente. Será que todo mundo que pensa como ele teria esta coragem?