Macaé, a capital dos consultores
Macaé é uma cidade bem interessante. Pequena, pouco privilegiada se comparada com suas vizinhas Rio das Ostras, Búzios e Cabo Frio, vê de repente uma enxurrada de royalties, trabalho e, com eles, os consultores.
A cidade continua pequena, mas surgem grandes hotéis, pousadas aconchegantes, e uma quantidade enorme de restaurantes não muito baratos, que sobrevivem graças à população itinerante, de segunda à sexta. Dizem que não existe vida em Macaé aos sábados e domingos (bom, neste longo tempo em que estive aqui, nunca fiquei num fim de semana para comprovar).
Quando você vai a um destes restaurantes, é impressionante a quantidade de pessoas sentadas sozinhas, jantando e tomando uma cerveja. Ninguém reclama do preço alto, já que ninguém ali vai efetivamente pagar a conta, e muitos já possuem até seus restaurantes e mesas cativos.
Fico imaginando como seria criar um grupo de consultores em viagem, que marcassem encontros por onde passassem. Já vi na Europa sites de pessoas que combinam viagens e caronas, para dividir os custos, participo de um grupo de cariocas isolados em São Paulo que se reúnem para ver jogos do Fluminense. Por que não um grupo de consultores, que combinando suas agendas, pudessem marcar um futebol, tomar um chopp, ou simplesmente jogar conversa fora?
Numa cidade no interior de Goiás, onde alguns colegas já estiveram, existe apenas um hotel, e todo mundo que vai trabalhar por uma ou algumas semanas na cidade ali se hospeda. E toda semana organizam um churrasco, celebrando o que eles têm em comum: estão sozinhos num lugar onde não conhecem ninguém. Poderíamos expandir isso por todo o Brasil. E poderíamos começar pela capital dos consultores.