quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ah... o Leblon!

Quando fui para São Paulo, eu disse: só voltaria ao Rio se fosse para o Leblon (quem conhece o Rio, sabe o porquê disso). Consegui um emprego na área financeira, de uma incorporadora imobiliária em franco crescimento. Resumindo: nada de viagens; possibilidade de voltar a estudar; morar na Zona Sul; fins de semana em casa; uma vida mais tranquila.
Em nenhum momento me preocupei com o que iria fazer por lá. Afinal, eu gostava de economia, e não poderia ser ruim trabalhar fazendo contas 08 horas por dia, 05 dias por semana. Além do mais, por ser uma empresa judia, sexta-feira às 17h00 o expediente TINHA que acabar.
Mas não foi nada disso. Empresa crescendo é sinônimo de mais trabalho; sem novas contratações e sem horas extras pagas. Aos fins de semana tínhamos lançamentos em stands. Por a empresa ser judia, não se trabalhava aos sábado, até às 17h00. Mas daí em diante, e o domingo inteiro, tinha que trabalhar. E, se não bastasse isso, a vaga era no Contas a Receber, ou seja, deveria fazer a coisa que eu mais detesto neste mundo: ficar o dia inteiro no telefone, cobrando as pessoas e ouvindo desaforos. Estava evidente que isso não ia dar certo, por mais que tivessem me avisado antes (e eu não quis prestar atenção).
Menos de três meses depois, mesmo antes de acabar o período de experiência, pedi demissão, mais uma vez.
E agora, o que fazer da vida? Eu não estava satisfeito com nada, nada dava certo... Para onde partir? E, mesmo que fosse para um novo lugar, será que daqui a alguns meses, tudo não daria errado de novo?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A Bahia me mostrou o que há de bom na vida

Essa história começa em Macaé e termina em Arraial d'Ajuda.
O último projeto em que trabalhei foi em Macaé (a empresa, você adivinha qual seja?). Toda segunda-feira às 09 horas da manhã, estava eu no ônibus para lá. Era nesse momento que minha barriga começava a doer. A sensação durante a viagem era horrível. E ela persistia durante todo o dia. À noite, ao chegar no hotel, tomar um banho, e me sentir melhor, não conseguia aproveitar um passeio pela orla e jantar em um de seus restaurantes: minhas refeições eram à base de Activia e produtos derivados de coisas integrais. Mas isso não evitava que acordasse durante a madrugada.
Fiquei preocupado. Passei semanas neste projeto, passando mal toda segunda-feira. Minha namorada, no auge de sua residência em proctologia, divagava sobre possibilidades, exames mirabolantes e doenças com nomes impronunciáveis. Mas eu sabia a origem do mal, e como repará-lo.
Ao fim do projeto, saí de férias. Destino: Arraial d'Ajuda, pousada de um primo meu. 10 dias de cerveja e camarão na beira da praia, olhando despreocupado para o horizonte. Ócio total. Uma alimentação baseada em álcool, pimenta e frituras. Mas, mesmo assim, não é que parei de passar mal de uma vez?
Foi neste momento que desisti dessa vida. Uma vida de viagens e importantes projetos é glamourosa, mas convenhamos: ficar em Macaé não tem nada de bom.
Se não podia viajar para boas cidades, e mesmo se viajasse, se não tivesse tempo para aproveitá-las, de nada valia. Preferi uma vida mais pacata, mais calma. Se fosse para ganhar algum dinheiro (não muito), que fosse de um jeito que pudesse gastá-lo. Nestes momentos, eu sempre lembro do Testamento de Toquinho e Vinicius. A vida é mais do que isso.

É tudo igual, mas fala diferente!

Há muito tempo não escrevo. Desde que saí de férias do meu emprego como consultor, e para lá não mais voltei. Afinal, se a temática básica do blog era sobre a vida de um consultor vagando por seus clientes, como poderia continuar escrevendo sem ser um consultor?
Nesse meio tempo, fiz algumas coisas; algumas valem um post exclusivo; outras, não valem nem ser comentadas.
Mas agora acredito que estou prestes a voltar a ser um consultor. Por isso me propus a voltar a escrever. Claro que a reportagem da Info sobre blogueiros ganhando dinheiro foi um incentivo a mais.
Histórias a serem contadas sempre existem. Histórias sobre abandonar a engenharia, ir para finanças, fazer testes vocacionais, prestar concursos públicos, ficar à toa em casa, e voltar. Voltar para a vida que eu tanto reclamava, mas que no fundo gostava. Fazer tudo igual, mas de um jeito diferente.