Ah... o Leblon!
Quando fui para São Paulo, eu disse: só voltaria ao Rio se fosse para o Leblon (quem conhece o Rio, sabe o porquê disso). Consegui um emprego na área financeira, de uma incorporadora imobiliária em franco crescimento. Resumindo: nada de viagens; possibilidade de voltar a estudar; morar na Zona Sul; fins de semana em casa; uma vida mais tranquila.
Em nenhum momento me preocupei com o que iria fazer por lá. Afinal, eu gostava de economia, e não poderia ser ruim trabalhar fazendo contas 08 horas por dia, 05 dias por semana. Além do mais, por ser uma empresa judia, sexta-feira às 17h00 o expediente TINHA que acabar.
Mas não foi nada disso. Empresa crescendo é sinônimo de mais trabalho; sem novas contratações e sem horas extras pagas. Aos fins de semana tínhamos lançamentos em stands. Por a empresa ser judia, não se trabalhava aos sábado, até às 17h00. Mas daí em diante, e o domingo inteiro, tinha que trabalhar. E, se não bastasse isso, a vaga era no Contas a Receber, ou seja, deveria fazer a coisa que eu mais detesto neste mundo: ficar o dia inteiro no telefone, cobrando as pessoas e ouvindo desaforos. Estava evidente que isso não ia dar certo, por mais que tivessem me avisado antes (e eu não quis prestar atenção).
Menos de três meses depois, mesmo antes de acabar o período de experiência, pedi demissão, mais uma vez.
E agora, o que fazer da vida? Eu não estava satisfeito com nada, nada dava certo... Para onde partir? E, mesmo que fosse para um novo lugar, será que daqui a alguns meses, tudo não daria errado de novo?