terça-feira, 3 de julho de 2007

Pelo fim do Preconceito Empresarial

Sei que vocês têm acompanhado vários posts irônicos sobre situações cotidianas de consultoria. Gosto muito do tom irônico. Este espaço procura mesmo trabalhar desta forma. Mas não posso deixar de utilizá-lo também para assuntos sérios. É preciso alertar também.

Hoje estou em um cliente retrato do que pior existe no mundo corporativo: o preconceito empresarial. Mas o que vem a ser este preconceito? Simples. Quando vivemos neste mundo de clientes, viajando entre eles, somos sempre um estranho no ninho. Somos profissionais que não pertencem às empresas que passamos. Meros terceiros, meros contratados... Como dizia, este cliente é retrato do preconceito. Veja como formam o e-mail da empresa para terceiros: "nome"_"sobrenome”_NÃO_"empresa"_@"empresa"....
Mas se você é funcionário obviamente fica somente sobrenome e nome. Este Não é muito engraçado: “Você vai mandar e-mail para aquele cara? Olha, ele nem é da empresa.”

Cada cliente tem sua forma peculiar de discriminação. Em um cliente, aplicando um curso, já sofri para conseguir e preparar uma sala, agendada claro, semanas antes (mesmo que os alunos fossem da empresa).
Em outro, durante a apresentação do plano do projeto tive que ouvir a história do: “nossa, por que tanto tempo? Só para vocês ganharem mais, né?”.

Já aconteceu até da Segurança da empresa dizer “Sempre tenho problemas com Terceirizadas”. A empresa de segurança era uma terceirizada.

Acho que o pessoal deve estar confundindo negócios com a História da Colonização do Brasil. Na cabeça deles imaginam o Brasil como uma grade empresa. Os índios como funcionários diretos desta empresa. De repente chegam vários colonizadores, de várias nacionalidades para explorar todo o território.
Tem índios (quem compra) que simpatizam com os estrangeiros que trazem oferendas (quem vende). Porém, a grande massa de índios luta bravamente para expulsar estes intrusos. Até que o grande cacique diz que devem aceitar o que os estrangeiros tem a oferecer.

Pessoal, não há mocinhos e bandidos, nem cowboys e índios. Eu posso te ajudar, mas preciso que você me ajude a te ajudar.

(Tenho também algo a dizer sobre o inverso desta situação, mas isso fica para uma próxima oportunidade).